Os dois lados de uma Fé

19 de Outubro

Os dois lados de uma Fé

Nossa fé em Deus, que enviou o seu Filho para se tornar Deus-conosco, e que, com o seu Filho, enviou o seu Espírito para tornar-se Deus-dentro-de-nós não pode ser real, sem a nossa fé na Igreja. A Igreja é o corpo improvável de pessoas através do qual Deus escolhe revelar o amor de Deus por nós. Assim como parece improvável para nós que Deus escolheu para se tornar humano em uma jovem vivendo em uma cidade pequena e não muito respeitada no Oriente Médio há quase dois mil anos atrás, parece improvável que Deus escolheu para continuar a sua obra de salvação em uma comunidade de pessoas constantemente dilacerada por argumentos, preconceitos, conflitos de autoridade e jogos de poder.

Ainda assim, crer em Jesus e acreditar na Igreja são dois lados da mesma fé. É improvável, mas divina!

Unidade no Coração de Deus

16 de novembro

Unidade no Coração de Deus

O amor une tudo, seja criado ou não criado. O coração de Deus, o coração de toda a criação, e nossos corações se tornam um só no amor. Isso é o que todos os grandes místicos vêm tentando nos dizer através dos tempos. Bento, Francisco, Hildegard de Bingen, Hadewijch de Brabante, Meister Eckhart, Teresa de Ávila, João da Cruz, Dag Hammarskjld, Thomas Merton, e muitos outros, todos em seus próprios caminhos e suas linguagens próprias, têm testemunhado o poder unificador do amor divino. Todos eles, no entanto, falaram com um conhecimento que veio a eles, não através de argumentos intelectuais, mas através da oração contemplativa. O Espírito de Jesus lhes permitiu ver o coração de Deus, o coração do universo, e seus próprios corações como um só. É no coração de Deus que podemos chegar à plena realização da unidade de tudo o que é, criado e incriado.

O Céu e o Inferno

14 de dezembro

O Céu e o Inferno

Todos finalmente irão ficar bem? Todas as pessoas, em última análise, serão livres da miséria e todas as suas necessidades serão satisfeitas? Sim e não! Sim, porque Deus quer nos levar para casa, no Reino de Deus. Não, porque nada acontece sem a nossa escolha. A realização do Reino de Deus é obra de Deus, mas para Deus fazer o amor de Deus totalmente visível em nós, devemos responder ao amor de Deus com o nosso amor.

Existem dois tipos de morte: a morte que nos leva para o Reino de Deus, e uma morte que nos leva para o inferno. João em sua visão viu não só o céu, mas também o inferno. Ele diz: "Os tíbios, os infiéis, os depravados, os homicidas, os impuros, os maléficos, os idólatras e todos os mentirosos terão como quinhão o tanque ardente de fogo e enxofre, a segunda morte." (Apocalipse 21:8). Devemos escolher por Deus, se queremos estar com Deus.

A Boa Nova do Inferno

15 de dezembro

A Boa Nova do Inferno

Existe um inferno? Os conceitos de céu e inferno estão tão intimamente ligados como os do bem e do mal. Quando nós somos livres para fazer o bem, nós também somos livres para fazer o mal, quando nós podemos dizer sim ao amor de Deus, a possibilidade de dizer não também existe. Consequentemente, quando existe céu deve também haver inferno.

Todas estas distinções são feitas para proteger o mistério de que Deus quer ser amado por nós em liberdade. Neste sentido, por mais estranho que possa parecer, a idéia de inferno é uma boa notícia. Os seres humanos não são robôs ou autômatos que não têm escolhas e que, não importa o que eles façam na vida, terminam no Reino de Deus. Não, Deus nos ama tanto que Deus quer ser amado por nós em troca. E o amor não pode ser forçado, tem que ser dado de graça. O inferno é o fruto amargo do "não" final para Deus.

Natal em Abbey Genesee

25 de dezembro

Natal em Abbey Genesee*


Eu fico pensando na cena de Natal que Antonio arranjou sob o altar. Esse provavelmente é o mais significativo "berço" que eu já vi. Três pequenas figuras de madeira esculpida, feitos na Índia: uma mulher pobre, um homem pobre, e uma criança pequena entre eles. A escultura é simples, quase primitiva. Sem olhos, sem orelhas, sem bocas, apenas os contornos dos rostos. As esculturas são menores do que uma mão humana - pequenas demais para atrair a atenção.

Exibindo


Mas então - um feixe de luz brilha sobre as três figuras e projeta grandes sombras na parede do santuário.  E isso diz tudo. A luz lançada sobre a pequenez de Maria, José e da Criança projeta-os como grandes, sombras de esperança contra as paredes da nossa vida e do nosso mundo.

Enquanto olhamos para a cena íntima já vemos os primeiros contornos da majestade e glória que eles representam. Testemunhando o mais humano dos acontecimentos humanos, eu vejo a majestade de Deus que aparece no horizonte da minha existência. 


A medida que vou sendo movido pelo gentileza dessas três pessoas, eu vou ficando impressionado com a imensa grandeza do amor de Deus que aparece no meu mundo. 

Sem o feixe radiante de luz que brilha na escuridão há pouco a ser visto. Eu poderia apenas passar por essas três pessoas simples e continuar a caminhar na escuridão. Mas tudo muda com a luz.

NT - Abadia do Gênesis, Cisterciense, em Piffard, Estado de Nova Yorque, Estados Unidos.

O tempo atemporal de Deus

06 de dezembro

O tempo atemporal de Deus

Não há "depois" após a morte. Palavras como "antes" e "após" pertencem à nossa vida mortal, a nossa vida no tempo e no espaço. A morte nos liberta dos limites da cronologia e nos coloca no "tempo" de Deus, que é atemporal. 
Especulações sobre vida após a morte, por isso, são pouco mais do que apenas isso: especulações. 
Além da morte não existe "primeiro" e "depois", não existe "aqui" e "ali", nem "passado", "presente", ou "futuro". Deus é tudo em todos. O fim dos tempos, a ressurreição do corpo, e a gloriosa vinda de Jesus já não são separados pelo tempo para aqueles que não estão mais no tempo.

Para nós, que ainda vivemos no tempo, é importante não agir como se a vida nova em Cristo fosse algo que pudéssemos compreender ou explicar. O coração e a mente de Deus são maiores do que os nossos. Tudo o que nos é pedido é confiança.

A Ressurreição escondida

25 de novembro

A Ressurreição escondida

A ressurreição de Jesus foi um evento oculto. Jesus não ressuscitou dos mortos para confundir seus adversários, para fazer uma declaração de vitória, ou para provar para aqueles que o crucificaram que ele estava certo, afinal. Jesus ressuscitou como um sinal, para aqueles que o tinham amado e seguido, de que o amor de Deus é mais forte que a morte. Para as mulheres e homens que haviam se comprometido com ele, ele revelou que sua missão tinha sido cumprida. Para aqueles que compartilharam do seu ministério, ele deu a sagrada tarefa de chamar todas as pessoas para a vida nova com ele.

O mundo não tomou conhecimento. Somente aqueles a quem ele chamou pelo nome, com quem ele partiu o pão, e para quem ele falava palavras de paz ficaram cientes do que aconteceu. Ainda assim, foi este evento oculto que libertou a humanidade dos grilhões da morte.